Negociando Opções - Exemplos

Agora que você já possui uma base sobre como funcionam as opções, vamos ver alguns exemplos sobre como elas funcionam na prática:

Exemplo 1: digamos que a ação da empresa Wxyz S.A. esteja cotada a R$ 60 em 1 de agosto e a opção de compra desta ação com preço-alvo de R$ 68 reais e vencimento em 22 de agosto esteja sendo negociada a R$ 0,36 (ou seja, este é o prêmio da opção). Opções são sempre vendidas em lotes de 100, portanto para comprar um lote dessas opções você precisará desembolsar 100 x R$ 0,36 = R$ 36 (ignorando comissões, emolumentos etc.).

Digamos que uma semana depois, a ação esteja cotada a R$ 67. Como a ação se aproximou do preço-alvo da opção, esta também se valorizou e passou a ser negociada R$ 0,94.

O lote de opções agora valem 100 x R$ 0,94 = R$ 94. Ou sejam um aumento de mais de 150% em apenas 1 semana, contra uma valorização de “apenas” 5% da ação!

Este efeito multiplicador das opções é chamado alavancagem, que é a possibilidade de se controlar grandes quantias utilizando-se relativamente pouco capital. No caso, por apenas R$ 36 você estaria controlando a variação de um lote inteiro das ações alvo, o que equivaleria a R$ 60 x 100 = R$ 6.000.

Alavancagem é um dos principais fatores que atraem investidores para o mercado de opções. Os altos ganhos são atrativos e fazem os investidores menos preparados a se esquecer que ela é uma faca de dois gumes: da mesma forma que permite ganhos elevados, ela pode levar tomar seu capital rapidamente – e é isso o que acontece na maioria das vezes.

Veremos a questão do risco da alavancagem logo em seguida. Por enquanto, vamos prosseguir em nosso exemplo.

Suponha que você decida vender suas opções no mercado pelo preço atual de R$ 0,94. Sendo assim você estará desfazendo sua posição a abrindo mão de adquirir a ação por R$ 68 no vencimento. No entanto, você garante os mais de 150% de lucro no bolso.

Neste caso, você negociou as opções no mercado como se fossem ações ou outros títulos comuns.

Você sempre pode desfazer sua posição vendendo as opções no mercado (obviamente, desde que haja comprador para o preço pedido por você). Operar com opções desta maneira é conhecido como operar “à seco”.

Prosseguindo em nosso exemplo, digamos que no dia do vencimento da opção a ação esteja cotada a R$ 72, portanto acima do preço-alvo da opção. Neste caso, se você comprou o lote de opções com preço-alvo de R$ 68, então você poderá exercer seu direito de comprar as ações por este preço, que é 5,8% abaixo da cotação de mercado. Se decidir vender imediatamente as ações no mercado por R$ 72, então seu ganho total no exercício da compra e na venda da ação seria de:

R$ 72 – R$ 68 = R$ 4 x 100 = R$ 400

Como você gastou R$ 36 para comprar as opções, seu ganho total seria de:

R$ 400 – R$ 36 = R$ 364

Ou seja, um ganho total de mais de 1.000%. Nada mal!

Para efeito de comparação: se estivesse investido na ação diretamente, seu ganho seria de “apenas”

R$ 72 – R$ 60 = 20%
R$ 60

Como vimos, são estes ganhos que atraem muitos investidores para o mercado de opção. Mas uma das frases mais famosas do mercado financeiro é "quanto maior o ganho, maior o risco" e no mercado de opções não poderia ser diferente: com os altos ganhos corre-se riscos altíssimos, incluindo o risco de se perder todo o capital. Veja só:

Imagine o mesmo cenário do dia 1 de agosto do nosso exemplo. Porém, digamos que em uma semana a ação passou a ser negociada a R$ 57. Nesta mesma data, a opção de preço-alvo R$ 68 passou a ser negociada a R$ 0,02. Portanto, a desvalorização de 5% da ação causou a desvalorização de mais de 94% da opção. Este seria seu prejuízo se decidisse vender a opção no mercado.

Digamos que no dia do vencimento da opção a ação esteja cotada a R$ R$ 66. Ou seja, menos que valor-alvo da opção, que é de R$ 68.

Neste cenário, as opções que você teria em mãos não teriam muita utilidade. Afinal, qual a vantagem em exercer a opção e pagar R$ 68 por ação, se você pode comprar a ação diretamente no mercado por R$ 66?

Pior: nenhum comprador pagaria qualquer quantia por suas opções. Afinal, também não faria sentido para eles comprarem uma opção com preço-alvo da ação acima do preço que eles pagariam se comprassem a ação diretamente no mercado. Ou seja, você não conseguiria encontrar um comprador para suas opções e, por isso, não conseguiria desfazer sua posição.

Ou seja, as opções que você teria em carteira expirariam sem valor. No jargão do mercado, diria-se que as opções “viraram pó”.

Você perderia os R$ 36 que pagou pelas opções. Isso representa a perda de 100% do capital investido!

Estima-se que 70% das opções expiram sem valor (ou seja, “viram pó”). Daí compreende-se o grande risco que representa operar com opções desta forma.

Para minimizar riscos, muitos investidores não carregam opções até o vencimento (ou seja, não pretendem exercer o direito adquirido pela compra das opções). Estes investidores aproveitam-se da alavancagem e volatilidade que as opções oferecem para tentar lucrar apenas com a compra e venda das opções.

Esta estratégia tem o risco óbvio que é o de desvalorização da opção quando a ação referente se desvaloriza.

Há, porém, um outro fator de risco inerente a operação com opções. Este fator não é minimizado pela estratégia de não carregar as opções até a data do vencimento. Na verdade, não há nada que se possa fazer para diminuir este fator. Ele é muitas vezes ignorado ou até desconhecido por investidores iniciantes. Ele é silencioso e corrói valor das opções dia após dia. Trata-se do passar do tempo.

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